Pular para o conteúdo principal

MINHA VONTADE *

      Quando  minha hora chegar, não se preocupe em introduzir vida artificial ao meu corpo, através do uso de uma máquina.  Ao invés disso entregue os meus olhos a um homem que nunca viu o nascer do sol, o rosto de uma criança ou o amor nos olhos de uma mulher. Dê meu coração a uma pessoa a quem seu próprio coração não causou outra coisa, senão intermináveis dias de dor. Dê meus rins a alguém que dependa de uma máquina para viver de semana a semana.
      Tire meu sangue, meus ossos, cada músculo e nervo do meu corpo e encontre uma forma de fazer uma criança com deficiência andar. Explore cada parte do meu cérebro.  Tire minhas células, se necessário, e deixe-as crescer até que, algum dia, um garoto mudo possa gritar quando seu time marcar um gol e uma garota surda possa ouvir o barulho da chuva através da janela.
       Queime o que sobrar de mim e espalhe  as cinzas ao vento, para ajudar as flores crescerem.  Se você realmente quiser enterrar alguma coisa, que sejam os meus defeitos, minhas fraquezas e todo o meu preconceito contra meu próximo.
      meus pecados ao diabo e a alma a Deus. Se desejar  lembrar-se de mim, faça com gesto de bondade ou com palavras a alguém que precise de você.  Se fizer  tudo o que pedi, eu viverei para sempre!
 * (Mensagem que recebi  de  uma amiga, chamada Ivonita, aqui de Florianópolis, que comenta:   Este texto, de autoria desconhecida, eu consegui no escritório do Crematório Vaticano, em Florianópolis e foi como se eu mesmo o houvesse escrito, pois meu desejo é o mesmo. Fev 2011)

Comentários

  1. JULIÃO, AGRADEÇO O DESTAQUE, POIS ACHEI ESTA MENSAGEM MUITO VERDADEIRA E ATUAL.
    NÃO CONSEGUI O NOME DO AUTOR, MAS SEI QUE HÁ DE SURTIR UM EFEITO MUITO CONSCIENTE.
    UM ABRAÇO
    (IVONITA)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Bruxas ou Fadas? E a responsabilidade da escolha. *

“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o...”. Nietzsche - Filósofo alemão Crescemos ouvindo histórias de bruxas e fadas. É claro que as fadas estavam sempre associadas aos adjetivos mais doces e positivos: boazinha, madrinha, encantada e com capacidade de resolver por nós, até os mais difíceis problemas. Mas, parando pra pensar, será que isso é bom? Agora vejamos as bruxas, aquelas figuras más, que não ajudavam em nada, não faziam os nossos trabalhos quando estávamos sobre carregados - destas - queríamos distância! Assim, sem que tivéssemos consciência, fomos nos acostumando à ajuda de alguém que sempre assumia o papel

Lua cheia e a Lenda do Coelho

Ao sair para caminhar percebi a lua cheia no céu claro e iluminado por ela. Foi possível ver o perfil de um coelho que os orientais afirmam existir na lua cheia. A Lenda do Coelho Segundo a história budista, num certo dia um velho senhor pediu comida para um macaco, uma lontra, um chacal e um coelho. O macaco colheu frutas e trouxe para o velho senhor, a lontra trouxe peixes e o chacal, um lagarto. No entanto o coelho não trouxe nada, pois as ervas que constituem a sua alimentação não eram boas para os humanos. E então o coelho decidiu oferecer seu próprio corpo e se jogou no fogo. Porém o corpo do coelho não se queimou, pois o senhor era uma divindade que observava tudo na terra. E para as pessoas lembrarem do sacrifício do coelho, o homem desenhou a imagem do coelho na lua cheia. Diz a lenda que só os apaixonados pela vida conseguem ver o coelho, e que a lua cheia não é só dos poetas e daqueles que se entregam ao amor...

A árvore dos sapatos *

 A árvore dos sapatos   (Do livro Contador de História, Julião Goulart, Editora UFSC 2009, p.22)  História de Mia Couto que transformei em roteiro para  teatro  " O contador de histórias e a árvore dos sapatos" ,  peça que foi encenada em três temporadas, 2009,2010 e 2011, nos teatros da UBRO, UFSC, UDESC e TAC, recontada abaixo: "Muito longe daqui, no Sul da África, não muito tempo atrás, vivia uma tribo que não usava sapatos. Pra quê sapatos? Se a areia era macia, a grama também. Mas às vezes as pessoas tinham que ir à cidade. Para resolver um assunto, um negócio de cartório, hospital, ou receber dinheiro ou até mesmo ir a uma festa. Aí eles precisavam de sapatos, e era um tal de pedir emprestado, que nunca dava certo. Foi aí que o velho mais velho da vila que, como tantas vezes acontece, era também o mais sábio   resolveu o problema. Ele abriu uma tenda de aluguel de sapatos bem na entrada da vila. Instalou-se à sombra de uma grande árvore, e em seus galhos pendur