O coração que sente vai sozinho,
Arrebatado, sem pavor, sem medo...
Leva dentro de si raro segredo
Que lhe serve de guia no Caminho.
Arrebatado, sem pavor, sem medo...
Leva dentro de si raro segredo
Que lhe serve de guia no Caminho.
Vai no alvoroço, no celeste vinho
Da luz os bosques acordando cedo,
Quando de cada trêmulo arvoredo
Parte o sonoro e matinal carinho.
Da luz os bosques acordando cedo,
Quando de cada trêmulo arvoredo
Parte o sonoro e matinal carinho.
E o Coração vai nobre e vai confiante,
Festivo como a flâmula radiante
Agitada bizarra pelos ventos...
Festivo como a flâmula radiante
Agitada bizarra pelos ventos...
Vai palpitando, ardente, emocionado
O velho Coração arrebatado,
Preso por loucos arrebatamentos!
O velho Coração arrebatado,
Preso por loucos arrebatamentos!
Fonte: Cruz e Sousa Simbolista, p. 256
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