No
dia consagrado em homenagear os pais, lembro-me das palavras do escritor uruguaio Eduardo Galeano que em seu livro – Dos Abraços, narra a
história de um menino que queria conhecer o mar.
“Diego não conhecia o mar. O pai,
Santiago Kavadloff levou-o para que
descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das
dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim
alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na
frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto
seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar,
tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Pai!
Me ajude a olhar!”-
Sobre este texto, podemos dizer que pai
não é aquele que ensina seu filho como o mar é, mas o que, junto com seu filho,
leva-o a descobrir e se apropriar do(s) mar(es) do mundo, que ele vê com os
olhos, sente com o coração, deseja com a alma, constrói com a cabeça e as mãos
e sonha com seus sonhos.
Quando o
filho diz “me ajude a olhar”, ele está,
não só reconhecendo a sua necessidade de ser ajudado a olhar e ver mais longe,
mas, também, homenageando seu pai e reconhecendo nele o seu saber, sua
coerência, sua amizade, sua parceria e propondo o diálogo, talvez o instrumento
mais valioso de uma família saudável.
Pai é aquele que sobe a montanha junto com o filho para, juntos,
verem as belezas que se descortinam para
quem sobe a montanha simbólica do ensinar e aprender.
(Extraído
do meu livro Contador de História, página 87)
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