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Igor Stravinsky (1882-1971)


Tema de aula História da Música IV – Professor Dr. Marcos Holler na UDESC
 Igor Stravinsky (1882-1971) 

A Sagração da primavera (Le sacre du printemps) segundo STOLBA (p. 637):
“Na Sagração Stravinsky usou extensivamente politonalidade, polirritmos, ostinati, e timbres contrastantes. Fortemente dissonante, com ritmos pulsantes e selvagens, a  Sagração foi a representação musical do primitivismo que se manifestava na arte da época. [...] Stravinsky apresenta cenas da Rússia pagã em 2 partes:  A Adoração da Terra e  O Sacrifício. Em cada uma das partes, as cenas se seguem sem pausas entre elas. Basicamente, o balé representa tribos pagãs primitivas que adoram a Terra como a mãe de tudo, a associação da primavera com a fertilidade e a crença na morte como a renovação da vida. A estréia da Sagração (em 29 de maio de 1913) foi um dos maiores tumultos teatrais que Paris conheceu.
A coreografia, as fantasias, o cenário e a música foram considerados feios e ofensivos para grande parte da audiência.”
A estréia de Sagração da primavera descrita por STRAVINSKY (p. 159 - 164).
“Como é do conhecimento de todos, a estréia de Le sacre du printemps provocou um enorme tumulto. Por estranho que pareça, no entanto, eu próprio não estava preparado para tal explosão. As  reações dos músicos durante os ensaios não me fizeram prever nada de semelhante e o espetáculo cênico não me parecia capaz de suscitar um tumulto...
“Logo desde o início do espetáculo começaram a fazer-se ouvir alguns protestos, ainda raros, contra a música. Depois, quando subiu o pano, revelando o grupo de lolitas de joelhos voltados para dentro e longas tranças a pular para baixo e para cima, arrebentou a tempestade. Atrás de mim, várias pessoas começaram a gritar ‘calem a boca!’. Ouvi Florent
Schmidt berrar: ‘calem-se, vacas do  seizième!’; as vacas do  seizième arrondissement [o bairro residencial mais elegante de paris] eram, é claro, as senhoras mais elegantes de Paris. A gritaria continuou, no entanto, e alguns minutos depois saí da sala, num acesso de fúria... Cheguei irritadíssimo aos bastidores, onde vi Diaghilev acendendo e apagando as
luzes do teatro, num último esforço para calar a platéia. Passei o resto do espetáculo nos bastidores, atrás de Nijinsky, a segurar-lhe a cauda do fraque, enquanto ele, de pé em cima de uma cadeira, gritava números para os bailarinos, como um timoneiro.” (Matéria da apostila)

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