Pular para o conteúdo principal

Caldas – Florianópolis lendo filosofia

Depois de algumas viagens de carro para visitar  Caldas da Imperatriz, ontem fui de ônibus, atendendo a recomendação da Defesa Civil. No trajeto pude  ver os estragos das chuvas intensas.  Uma das pontes foi interrompida, mas até de carro é possível chegar lá para um banho de águas termais, obedecendo atentamente à  sinalização e  desvios.
Antes de sair de casa, passei a mão num livro de filosofia para aproveitar o tempo de viagem, O Livro do Filósofo - Friedrich Wilhelm Nietzsche, Editora Escala. Quando lemos um livro pela segunda vez, muitas coisas se revelam.
Logo nas primeiras páginas há uma pequena bibliografia do autor.
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Röcken, em dia 15 de Outubro de 1844. Aos 5 anos ficou órfão de pai e foi instruido pela mãe nos rígidos princípios da religião cristã. Cursou Teologia e Filosofia na Universidade de Bonn. Era professor da Universidade da Basiléia, na Suíça quando  deixou a Cátedra por doença. Contraiu sífilis  e com seu grande amor, Lou Andreas Salomé, não pode casar em razão da doença.
Nietzsche era dotado de espírito irrequieto, perquiridor próprio de um grande pensador. Faleceu em  Weimar em  25 de Agosto de 1900.
Sobre Lou Andreas-Salomé
Lou Andreas-Salomé foi uma bela mulher que escandalizou a sociedade e quebrou regras morais. Conheceu Sigmund Freud, Friedrich Nietzsche, Rainer Maria Rilke, Paul Rée, entre outros grandes homens. Mulher sensível, tinha mito de sedutora.
A produção literária de Lou esteve sempre muito ligada aos seus envolvimentos amorosos.
Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar sua vida a modelos,
nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.
Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!
Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!
Agora algumas frases e pensamentos de Friedrich Nietzsche, o grande filósofo alemão :
“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”
"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo."


"Há sempre algo de demência no amor. Mas também na demência há algo de razão."
"Quando amamos, queremos que nossos defeitos permaneçam ocultos, não por vaidade, mas porque o objeto amado não deve sofrer. Sim, aquele que ama desejaria aparecer como um deus, e isto não por vaidade."
"Não existe, na realidade, entre a religião e a ciência nem parentesco, nem amizade, nem inimizade: elas vivem em esferas diferentes."
“É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação.”
“Certos pavões escondem de todos os olhos a sua cauda - chamando a isso o seu orgulho.”
“Temos a arte para não morrer da verdade.”
“No matrimónio existem apenas obrigações e alguns direitos.”
"Nenhum vencedor acredita no acaso."
“É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado.”

Comentários

  1. Beleza, profundidade, poesia... Gosto da contundente filosofia crítica de Nietzsche.
    Parabéns pela escolha!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Bruxas ou Fadas? E a responsabilidade da escolha. *

“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o...”. Nietzsche - Filósofo alemão Crescemos ouvindo histórias de bruxas e fadas. É claro que as fadas estavam sempre associadas aos adjetivos mais doces e positivos: boazinha, madrinha, encantada e com capacidade de resolver por nós, até os mais difíceis problemas. Mas, parando pra pensar, será que isso é bom? Agora vejamos as bruxas, aquelas figuras más, que não ajudavam em nada, não faziam os nossos trabalhos quando estávamos sobre carregados - destas - queríamos distância! Assim, sem que tivéssemos consciência, fomos nos acostumando à ajuda de alguém que sempre assumia o papel

Lua cheia e a Lenda do Coelho

Ao sair para caminhar percebi a lua cheia no céu claro e iluminado por ela. Foi possível ver o perfil de um coelho que os orientais afirmam existir na lua cheia. A Lenda do Coelho Segundo a história budista, num certo dia um velho senhor pediu comida para um macaco, uma lontra, um chacal e um coelho. O macaco colheu frutas e trouxe para o velho senhor, a lontra trouxe peixes e o chacal, um lagarto. No entanto o coelho não trouxe nada, pois as ervas que constituem a sua alimentação não eram boas para os humanos. E então o coelho decidiu oferecer seu próprio corpo e se jogou no fogo. Porém o corpo do coelho não se queimou, pois o senhor era uma divindade que observava tudo na terra. E para as pessoas lembrarem do sacrifício do coelho, o homem desenhou a imagem do coelho na lua cheia. Diz a lenda que só os apaixonados pela vida conseguem ver o coelho, e que a lua cheia não é só dos poetas e daqueles que se entregam ao amor...

A árvore dos sapatos *

 A árvore dos sapatos   (Do livro Contador de História, Julião Goulart, Editora UFSC 2009, p.22)  História de Mia Couto que transformei em roteiro para  teatro  " O contador de histórias e a árvore dos sapatos" ,  peça que foi encenada em três temporadas, 2009,2010 e 2011, nos teatros da UBRO, UFSC, UDESC e TAC, recontada abaixo: "Muito longe daqui, no Sul da África, não muito tempo atrás, vivia uma tribo que não usava sapatos. Pra quê sapatos? Se a areia era macia, a grama também. Mas às vezes as pessoas tinham que ir à cidade. Para resolver um assunto, um negócio de cartório, hospital, ou receber dinheiro ou até mesmo ir a uma festa. Aí eles precisavam de sapatos, e era um tal de pedir emprestado, que nunca dava certo. Foi aí que o velho mais velho da vila que, como tantas vezes acontece, era também o mais sábio   resolveu o problema. Ele abriu uma tenda de aluguel de sapatos bem na entrada da vila. Instalou-se à sombra de uma grande árvore, e em seus galhos pendur