Pular para o conteúdo principal

Tá ligado? *

Era uma vez uma andorinha que não percebeu que estava na hora de ir embora com o bando.
É que ela gostava muito de dormir. Pena que dormiu demais, e, quando acordou, percebeu que estava sozinha.
O inverno chegou, e a solitária andorinha abrigou-se sob o telhado de um prédio.
Num dia de sol forte, ela saiu para voar e foi pousar nos fios de luz que ligavam dois postes.
Um garoto que brincava na rua viu a andorinha e foi correndo contar para a mãe.
- Mamãe! Acabei de ver uma andorinha, o verão está chegando.
- O verão está longe, e ainda nem chegamos na primavera meu filho, - respondeu a mãe.
O garoto ficou em silêncio, olhando para a mãe, que acrescentou:
- E uma andorinha só, não faz verão!

(texto elaborado na Biblioteca Pública de Santa Catarina, como exercício de criação literária da Oficina Literária Letras no Jardim, como tarefa de participante)
* Expressão usada para chamar a atenção consciente do momento presente.

Comentários

  1. Muito bom seu texto caro colega. Que bom que os exercícios literários realizados na Oficina permitam brotar ideias que enriqueçam nossos escritos. É uma historia infantil muito bonita e com final divertido.
    Parabéns!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

FELIZ 2020 - NA ARTE DE VIVER

Era uma vez... A Arte de Aprender com as Dificuldades Uma fábula indiana conta que há milhares de anos vivia em um templo abandonado uma cobra venenosa. Seu nome era Naga. Embora tivesse em geral um comportamento adequado, a cobra despertava terror nos habitantes da aldeia próxima porque - quando incomodada - atacava as pessoas. Certo dia apareceu no local um sábio desconhecido. Sentou-se junto ao templo e chamou Naga para uma conversa. Disse-lhe que a vida inteira é uma escola espiritual e aprendemos o tempo todo, mesmo quando não temos consciência disso. “O aprendizado é muito mais rápido - e mais difícil - quando fazemos um esforço consciente por iniciativa própria”, acrescentou. A consciência de Naga se expandiu. O animal viu a luz da sabedoria, e disse que iria trilhar o caminho do esforço consciente. O instrutor mencionou então duas condições básicas para esse tipo de aprendizado. “O primeiro passo é o autocontrole”, disse ele. “O processo sagrado começa à medida que...

A árvore dos sapatos *

 A árvore dos sapatos   (Do livro Contador de História, Julião Goulart, Editora UFSC 2009, p.22)  História de Mia Couto que transformei em roteiro para  teatro  " O contador de histórias e a árvore dos sapatos" ,  peça que foi encenada em três temporadas, 2009,2010 e 2011, nos teatros da UBRO, UFSC, UDESC e TAC, recontada abaixo: "Muito longe daqui, no Sul da África, não muito tempo atrás, vivia uma tribo que não usava sapatos. Pra quê sapatos? Se a areia era macia, a grama também. Mas às vezes as pessoas tinham que ir à cidade. Para resolver um assunto, um negócio de cartório, hospital, ou receber dinheiro ou até mesmo ir a uma festa. Aí eles precisavam de sapatos, e era um tal de pedir emprestado, que nunca dava certo. Foi aí que o velho mais velho da vila que, como tantas vezes acontece, era também o mais sábio   resolveu o problema. Ele abriu uma tenda de aluguel de sapatos bem na entrada da vila. Instalou-se à sombra de uma gran...

Os quatro inimigos

- Um homem de conhecimento - disse Don Juan - é aquele que seguiu honestamente as dificuldades da aprendizagem; um homem que sem se precipitar ou hesitar, foi tão longe quanto pôde para desvendar os segredos da sabedoria. - O que é preciso para se tornar um homem de conhecimento? - O homem tem que desafiar e vencer seus quatro inimigos naturais. Um homem pode chamar-se um homem de conhecimento somente se for capaz de vencer seus quatro inimigos. - Mas há algum requisito especial que o homem tenha de atender antes de lutar contra esses inimigos? - Não. Qualquer pessoa pode tornar-se um homem de conhecimento; muitos poucos o conseguem realmente, mas isto é natural. Os inimigos que um indivíduo encontra no caminho do saber para tornar-se um homem de conhecimento são realmente formidáveis; a maioria dos homens sucumbe a eles... Quando eu estava me preparando para partir, tornei a lhe perguntar acerca dos inimigos do homem de conhecimento. Argumentei que ia passar algum tempo sem voltar, e ...