“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva?
Não perguntes, segue-o...”. Nietzsche - Filósofo alemão
Crescemos ouvindo histórias de bruxas e fadas.
É claro que as fadas estavam sempre associadas aos adjetivos mais doces e positivos: boazinha, madrinha, encantada e com capacidade de resolver por nós, até os mais difíceis problemas.
Mas, parando pra pensar, será que isso é bom?
Agora vejamos as bruxas, aquelas figuras más, que não ajudavam em nada, não faziam os nossos trabalhos quando estávamos sobre carregados - destas - queríamos distância!
Assim, sem que tivéssemos consciência, fomos nos acostumando à ajuda de alguém que sempre assumia o papel de fada em nossa vida.
Com o passar do tempo, acabamos nos habituando a ter sempre auxílio para a realização das nossas coisas pessoais. Pessoas para nos ajudar a atravessar pontes, rios e até na resolução dos pequenos problemas na dinâmica saudável da vida.
Problemas, todos os têm, exceto aqueles que estão “deitados” no cemitério. Ali, é o verdadeiro jardim da paz. Está tudo resolvido!
A segurança e o conforto, ou quem sabe o costume com as mordomias, vão, aos poucos, se enraizando no nosso íntimo, fazendo com que acabemos dependentes de uma pessoa para fazer por nós aquilo que poderíamos fazer sozinhas.
Sabemos que o tempo sedimenta comportamentos que, com a velhice, se acentuam.
Temos então um paradoxo: o máximo de segurança, talvez seja a escravidão da dependência, a falta de autonomia, de não poder decidir aonde ir, de não poder errar sozinha ou sozinho, conhecer novos lugares, viajar sem a companhia de uma pessoa fazendo o papel de fada-faz-tudo.
É claro que liberdade tem riscos, mas também tem descobertas pessoais encantadoras.
O autoconhecimento, a descoberta dos próprios limites, a capacidade de gerenciar decisões importantes, de ter o domínio dos instrumentos do seu saber como meio e finalidade de vida, sem falar da maravilha de desfrutar o direito de ir e vir com responsabilidade.
Existem frutos deliciosos que somente serão saboreados por quem se aventurou no fazer e agir focado na otimização de sua competência pessoal.
É partindo de si mesmo, da capacidade de autonomia, discernimento e responsabilidade, que o ser humano estará à altura de cumprir seu destino importante dentro da comunidade onde se encontra inserido: ser, agir e interagir para construir uma sociedade mais justa, próspera e feliz.
Somos seres comunitários e precisamos desenvolver em nós, a compreensão do outro e a percepção da necessidade de cooperação e a realização de projetos comuns.
Frequentemente, e por ser mais fácil seguir a lei do menor esforço, nos acostumamos a viver dependentes das fadas e a não conviver com as bruxas, que simbolicamente, se apresentam nas dificuldades do cotidiano, ou sob outras várias formas de desafios. Preferimos a paz da acomodação em vez da angústia da busca e do esforço exigido na solução dos problemas.
É provável que tenhamos que pagar um pedágio pesado por isto: a imobilidade da omissão, o desacostumar-se de ficar só, é abrir mão da autonomia.
Quem, desde jovem, se acostumou com o convívio das fadas, certamente terá mais dificuldades para se adaptar na terceira idade, época de novos desafios e eventuais afastamento de pessoas da família.
Por outro lado, aquela que encontrou bruxas em sua vida, que teve que aprender a se virar sozinha, muitas vezes “na marra”, aos “trancos e barrancos”, esta, acumulou experiências e valorizou seu tempo, mesmo tendo percorrido caminhos com o sentimento da angústia e da incerteza de quem segue sempre adiante, acreditando num futuro melhor.
Quem sabe as bruxas não sejam tão más, como nos fizeram acreditar?
Aquela que aprender a tirar proveito das bruxas, estará mais preparada para fazer descobertas importantes sobre a arte de viver em liberdade e de conquistar uma entrada vitoriosa e lúcida na bela Casa do Saber Gerontológico.
Aliás, a palavra bruxa, em sânscrito, a língua sagrada mais antiga do hinduismo, significa “sabedoria feminina”.
Fica aqui uma pergunta:
E você, prefere as bruxas ou as fadas?
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva?
Não perguntes, segue-o...”. Nietzsche - Filósofo alemão
Crescemos ouvindo histórias de bruxas e fadas.
É claro que as fadas estavam sempre associadas aos adjetivos mais doces e positivos: boazinha, madrinha, encantada e com capacidade de resolver por nós, até os mais difíceis problemas.
Mas, parando pra pensar, será que isso é bom?
Agora vejamos as bruxas, aquelas figuras más, que não ajudavam em nada, não faziam os nossos trabalhos quando estávamos sobre carregados - destas - queríamos distância!
Assim, sem que tivéssemos consciência, fomos nos acostumando à ajuda de alguém que sempre assumia o papel de fada em nossa vida.
Com o passar do tempo, acabamos nos habituando a ter sempre auxílio para a realização das nossas coisas pessoais. Pessoas para nos ajudar a atravessar pontes, rios e até na resolução dos pequenos problemas na dinâmica saudável da vida.
Problemas, todos os têm, exceto aqueles que estão “deitados” no cemitério. Ali, é o verdadeiro jardim da paz. Está tudo resolvido!
A segurança e o conforto, ou quem sabe o costume com as mordomias, vão, aos poucos, se enraizando no nosso íntimo, fazendo com que acabemos dependentes de uma pessoa para fazer por nós aquilo que poderíamos fazer sozinhas.
Sabemos que o tempo sedimenta comportamentos que, com a velhice, se acentuam.
Temos então um paradoxo: o máximo de segurança, talvez seja a escravidão da dependência, a falta de autonomia, de não poder decidir aonde ir, de não poder errar sozinha ou sozinho, conhecer novos lugares, viajar sem a companhia de uma pessoa fazendo o papel de fada-faz-tudo.
É claro que liberdade tem riscos, mas também tem descobertas pessoais encantadoras.
O autoconhecimento, a descoberta dos próprios limites, a capacidade de gerenciar decisões importantes, de ter o domínio dos instrumentos do seu saber como meio e finalidade de vida, sem falar da maravilha de desfrutar o direito de ir e vir com responsabilidade.
Existem frutos deliciosos que somente serão saboreados por quem se aventurou no fazer e agir focado na otimização de sua competência pessoal.
É partindo de si mesmo, da capacidade de autonomia, discernimento e responsabilidade, que o ser humano estará à altura de cumprir seu destino importante dentro da comunidade onde se encontra inserido: ser, agir e interagir para construir uma sociedade mais justa, próspera e feliz.
Somos seres comunitários e precisamos desenvolver em nós, a compreensão do outro e a percepção da necessidade de cooperação e a realização de projetos comuns.
Frequentemente, e por ser mais fácil seguir a lei do menor esforço, nos acostumamos a viver dependentes das fadas e a não conviver com as bruxas, que simbolicamente, se apresentam nas dificuldades do cotidiano, ou sob outras várias formas de desafios. Preferimos a paz da acomodação em vez da angústia da busca e do esforço exigido na solução dos problemas.
É provável que tenhamos que pagar um pedágio pesado por isto: a imobilidade da omissão, o desacostumar-se de ficar só, é abrir mão da autonomia.
Quem, desde jovem, se acostumou com o convívio das fadas, certamente terá mais dificuldades para se adaptar na terceira idade, época de novos desafios e eventuais afastamento de pessoas da família.
Por outro lado, aquela que encontrou bruxas em sua vida, que teve que aprender a se virar sozinha, muitas vezes “na marra”, aos “trancos e barrancos”, esta, acumulou experiências e valorizou seu tempo, mesmo tendo percorrido caminhos com o sentimento da angústia e da incerteza de quem segue sempre adiante, acreditando num futuro melhor.
Quem sabe as bruxas não sejam tão más, como nos fizeram acreditar?
Aquela que aprender a tirar proveito das bruxas, estará mais preparada para fazer descobertas importantes sobre a arte de viver em liberdade e de conquistar uma entrada vitoriosa e lúcida na bela Casa do Saber Gerontológico.
Aliás, a palavra bruxa, em sânscrito, a língua sagrada mais antiga do hinduismo, significa “sabedoria feminina”.
Fica aqui uma pergunta:
E você, prefere as bruxas ou as fadas?
* Premiado (segundo lugar) Concurso na UFSC/NETI - 2007 - Autoria de Julião Goulart
Que legal seu texto Julião! É verdade quando você diz que ficamos mal acostumados e totalmente dependentes quando fadas nos ajudam em tudo. Certa vez me disseram que o preço da liberdade é a solidão. Talvez seja verdade. Mas, isso faz com que realizemos tarefas que permitem qque estejamos cercados de pessoas e não nos façam pensar no "sentir-se só" mesmo estando em volta com pessoas. Muitas vezes somos fadas e bruxas ao mesmo tempo. Há um equilíbrio constante. Bruxas digo no sentido de sabedoria. A experiência de vida como você relata permite que em alguns casos sejamos sábios não pelo conhecimento mas pelas passagens da nossa vida em que tivemos constante aprendizado muitas vezes mais pelos disabores do que pelas alegrias.
ResponderExcluirUm fraternal abraço,
Milka.