Pular para o conteúdo principal

Alguns humanos se comportam como sapos?

Os seres humanos são homeotérmicos, o que significa dizer que a temperatura de seu corpo se mantém constante, independente da variação da temperatura do ambiente em que se encontram, seja em locais próximos ao equador, ou em regiões mais frias.
Alguns grupos de animais, como os sapos, a temperatura do corpo é a mesma da temperatura do meio em que estão inseridos.
Tomemos como exemplo uma pequena lagoa freqüentada por alguns sapos. Quando estiverem na lagoa, a temperatura do corpo destes sapos se ajustará à temperatura da água (característica pecilotérmica). Os cientistas colocaram alguns sapos dentro de uma espécie de panela, com água captada da lagoa onde viviam.A temperatura foi aumentada gradativamente para observar o comportamento dos sapos.
A maioria das cobaias foi cozida sem perceber ou esboçar uma reação (pular fora da água quente). Quando esboçaram reação ao estímulo da água quente, já havia perda de mobilidade.
A dependência química, a obesidade e outras formas de compulsão agem conforme a água quente agiu nas cobaias da experiência: não percebem que estão sendo cozidas.
Quando despertam com o grito do Galo, dão-se conta de que estão com severas perdas, requerendo um longo e penoso caminho de desconstrução e de volta aos padrões homeotérmicos. Muitos obesos construíram seu atual peso ao longo de anos e, aos poucos, se acostumaram com as mudanças do corpo, do manequim, da auto-imagem, assim como os sapos, com a mudança imperceptível da temperatura da água. Será que estamos virando sapos?

Do livro: Aprendendo com os Animais

Comentários

  1. Oi Julião

    Achei interessante o texto, não sabia deste fato, é mesmo, vivendo e aprendendo.

    ResponderExcluir
  2. Fiquei feliz por ler seus textos.
    Abraços, Andréia Farias.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A árvore dos sapatos *

 A árvore dos sapatos   (Do livro Contador de História, Julião Goulart, Editora UFSC 2009, p.22)  História de Mia Couto que transformei em roteiro para  teatro  " O contador de histórias e a árvore dos sapatos" ,  peça que foi encenada em três temporadas, 2009,2010 e 2011, nos teatros da UBRO, UFSC, UDESC e TAC, recontada abaixo: "Muito longe daqui, no Sul da África, não muito tempo atrás, vivia uma tribo que não usava sapatos. Pra quê sapatos? Se a areia era macia, a grama também. Mas às vezes as pessoas tinham que ir à cidade. Para resolver um assunto, um negócio de cartório, hospital, ou receber dinheiro ou até mesmo ir a uma festa. Aí eles precisavam de sapatos, e era um tal de pedir emprestado, que nunca dava certo. Foi aí que o velho mais velho da vila que, como tantas vezes acontece, era também o mais sábio   resolveu o problema. Ele abriu uma tenda de aluguel de sapatos bem na entrada da vila. Instalou-se à sombra de uma gran...

FELIZ 2020 - NA ARTE DE VIVER

Era uma vez... A Arte de Aprender com as Dificuldades Uma fábula indiana conta que há milhares de anos vivia em um templo abandonado uma cobra venenosa. Seu nome era Naga. Embora tivesse em geral um comportamento adequado, a cobra despertava terror nos habitantes da aldeia próxima porque - quando incomodada - atacava as pessoas. Certo dia apareceu no local um sábio desconhecido. Sentou-se junto ao templo e chamou Naga para uma conversa. Disse-lhe que a vida inteira é uma escola espiritual e aprendemos o tempo todo, mesmo quando não temos consciência disso. “O aprendizado é muito mais rápido - e mais difícil - quando fazemos um esforço consciente por iniciativa própria”, acrescentou. A consciência de Naga se expandiu. O animal viu a luz da sabedoria, e disse que iria trilhar o caminho do esforço consciente. O instrutor mencionou então duas condições básicas para esse tipo de aprendizado. “O primeiro passo é o autocontrole”, disse ele. “O processo sagrado começa à medida que...

O homem que procurava a mulher perfeita para casar.

Era uma vez... O homem que procurava a mulher perfeita para casar. Um homem solteiro, já de idade avançada, contava a um amigo a sua busca de uma mulher perfeita para casar. O amigo perguntou: - Então, você nunca pensou em casamento? - Já pensei. Em minha juventude, resolvi procurar e conhecer a mulher perfeita. Atravessei o deserto, nas minhas buscas, até que cheguei em Damasco e conheci uma mulher espiritualizada e lindíssima, mas ela não tinha os “pés no chão” pois nada sabia das coisas do mundo. Continuei a viagem, e fui a Isfahan; lá encontrei uma mulher que conhecia o reino da matéria e do espírito, mas não era uma moça bonita. Então resolvi ir até o Cairo, lá no Egito, onde jantei na casa de uma moça muito bonita, religiosa e conhecedora da realidade material. Era a mulher perfeita! - E por que você não casou com ela? – perguntou seu amigo. Ah, meu companheiro! Infelizmente ela também procurava um homem perfeito. (Extraído do meu livro Contador de Histór...