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Viver cada segundo como se fosse o último



Na peça de teatro “O Contador de histórias e a árvore dos Sapatos”, roteiro que escrevi baseado num conto de Mia Couto, eu interpreto um velho sábio que pendurou sapatos numa árvore para alugar. Na vila ninguém usava sapatos, preferiam a grama macia e a areia tocando nos pés, uma alusão ao contato com a natureza. Contudo quando iam viajar pelo mundo precisavam de sapatos. Era só ir à árvore dos sapatos e calçar o mais adequado. Na volta tinha que relatar e contar por onde aqueles sapatos tinham andado. Era o aluguel: contar uma história. 




Nas fotos a alegria da vida e o momento que o contador de histórias contava os feitos de Alexandre da Macedônia diante da morte, ela – a morte, interpretada pelo ator Fernando de Azevedo, que passa pelo palco sem tocar em ninguém. 




A morte,é uma conselheira infalível que jamais nos dirá uma mentira, é uma certeza! 






Devemos viver intensamente cada segundo de vida como se fosse o último enquanto ela não nos tocar...



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