Platão, no livro VII da Republica, narra “O mito da caverna”, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em qualquer tempo para descrever a situação da humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Quem sair dessa caverna/rotina ficará com os olhos ofuscados pela luz da liberdade. Rubem Alves, na fábula “A toupeira que queria vem o cometa!”, faz uma bela analogia ao mito de Platão. A toupeira vivia em sua toca, embaixo da terra, quando ouviu vozes, vindas lá de fora, dos animais comentando que passaria o grande cometa. Todos foram observar o céu, só a toupeira não conseguiu ver o cometa, pois seus olhos não estavam acostumados a ver a luz.
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