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Mostrando postagens de março, 2011

José Alencar

Acompanhei meu irmão durante o período de tratamento de um câncer. Junto com ele, em marcantes momentos, trocamos afetos e olhares em consultórios e salas de quimioterapia. Primeiro foi o diagnóstico, episódio duro de saber. Depois foram consultas, quimioterapias e radioterapias em clínicas particulares. Foi preciso somar os orçamentos até conseguirmos tratamento no CEPON em Florianópolis. Hoje morreu José Alencar, um exemplo de lutador contra o câncer. Lembrei da luta de muitos pacientes que vivem com a doença e, a exemplo de José Alencar, nunca perdem o otimismo na alegria de viver.

Pablo Neruda - Silencio

Yo que crecí dentro de un árbol tendría mucho que decir, pero aprendí tanto silencio que tengo mucho que callar y eso se conoce creciendo sin otro goce que crecer, sin más pasión que la substancia, sin más acción que la inocencia, y por dentro el tiempo dorado hasta que la altura lo llama para convertirlo en naranja

Saudade de Porto Alegre - 239 anos

Teatro em Florianópolis 2 e 3 de abril 2011 - O livro do Destino

Logo no inicio do espetáculo ocorre uma surpreendente interação com o público  quando uma atriz recita versos inspirados na visão do Inferno, contida no   livro A Divina Comédia, de Dante Alighieri. O livro do Destino nos faz refletir sobre as infinitas oportunidades que podemos encontrar na vida. É só uma questão do nosso livre arbítrio. Somos as nossas escolhas...

Beijos são como impressões digitais - São únicos e pessoais

Dia Internacional dos Contadores de Histórias 20 de março

Contar histórias é um ato de amor. É deixar o coração falar uma linguagem muito antiga, diretamente ao coração do ouvinte. Contar histórias é trocar afetos, colocar-se no lugar do outro, sentir empatia e entregar uma mensagem construída por quem ouve e de acordo com a cultura local, mesmo que a história seja universal. É pintar com a voz, os gestos, imagens que qualquer um entende. Contar histórias é fazer a vida valer a pena, de um jeito muito especial e encantador.

Rebeca

Quantas vezes o nosso olhar cruzou E eu percebi o que você queria? Mas quando o nosso afeto se encontrou Certamente era você que mais me conhecia Experimentar a pureza irracional Viver intensamente o presente Sem as frescuras do homem social Deixa muitas lições pra gente E quando eu dizia, “Me dá a patinha...” A confusão ficava armada Você parecia uma rainha E eu só fazendo palhaçada! Você olhava tentando me entender Quando eu fingia que ia comer a sua ração Como era bom trocarmos de papéis Eu ser Rebeca e você Julião

Japão, um exemplo de superação do ser humano

Há tragédias no teatro, nas paixões e decisões humanas e, as que despertam mais solidariedade, as da natureza. O assunto de hoje é uma tragédia natural – O terremoto/tsunami do Japão - que ocupa a mídia internacional. Não é  pra menos! Mas tem outra tragédia que volta ao Japão e faz seu povo lembrar das duas bombas atômicas lançadas pelo EUA no final da segunda guerra mundial quando os organismos estratégicos de inteligência já negociavam a rendição japonesa. As bombas de Hiroshima e Nagasaki foram lançadas apenas para mostrar a superioridade dos EUA para o mundo, e negociar barganhas com os aliados (Rússia). O Japão sofre com a tragédia natural que desencadeou outra tragédia, a radiação nuclear. Duas usinas estão com vazamentos de material contaminado que ficarão na região por inúmeros anos. Tenho certeza que o Japão dará ao mundo mais um exemplo de superação.

Vandalismo - Soneto decassílabo

Se os sonhos fossem feitos de cristais, imensas Caterais,qual seria  a dor maior,  quebrar os próprios sonhos ou ver alguém quebrá-los?  Augusto dos Anjos reponde a pergunta no soneto Vandalismo, com as seguintes características de estrutura: rimas regulares, versos decassílabos, possui recursos sonoros como: rimas, aliterações, assonância. Sei de memória porque, em muitas ocasiões, prefiro eu mesmo fazer o vandalismo do poeta. Vandalismo Meu coração tem catedrais imensas, Templos de priscas e longínquas datas, Onde um nume de amor, em serenatas, Canta a aleluia virginal das crenças. Na ogiva fúlgida e nas colunatas Vertem lustrais irradiações intensas Cintilações de lâmpadas suspensas E as ametistas e os florões e as pratas. Como os velhos Templários medievais Entrei um dia nessas catedrais E nesses templos claros e risonhos. E erguendo os gládios e brandindo as hastas, No desespero dos iconoclastas Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos! Augusto dos Anjos nasce

A árvore dos sapatos *

 A árvore dos sapatos   (Do livro Contador de História, Julião Goulart, Editora UFSC 2009, p.22)  História de Mia Couto que transformei em roteiro para  teatro  " O contador de histórias e a árvore dos sapatos" ,  peça que foi encenada em três temporadas, 2009,2010 e 2011, nos teatros da UBRO, UFSC, UDESC e TAC, recontada abaixo: "Muito longe daqui, no Sul da África, não muito tempo atrás, vivia uma tribo que não usava sapatos. Pra quê sapatos? Se a areia era macia, a grama também. Mas às vezes as pessoas tinham que ir à cidade. Para resolver um assunto, um negócio de cartório, hospital, ou receber dinheiro ou até mesmo ir a uma festa. Aí eles precisavam de sapatos, e era um tal de pedir emprestado, que nunca dava certo. Foi aí que o velho mais velho da vila que, como tantas vezes acontece, era também o mais sábio   resolveu o problema. Ele abriu uma tenda de aluguel de sapatos bem na entrada da vila. Instalou-se à sombra de uma grande árvore, e em seus galhos pendur

Era uma vez...O Homem, as Quatro Serpentes, o Dragão, os Dois Ratos e o Favo de Mel *

A condição humana é simbolizada por um homem que se tinha escondido num poço para escapar à fúria de um elefante no cio. Suspenso pelas mãos em dois ramos de uma arbusto que crescia à beira do poço, olhou para baixo e viu quatro serpentes esticando a cabeça junto aos seus pés e, no fundo, um dragão esperando por ele de goela aberta. Olhou para   cima e viu dois ratos, um branco e outro um preto, a roerem os galhos que o sustentavam. Enquanto refletia sobre a sua condição e procurava a salvação, deparou com um favo de mel de abelha ao seu lado. Provou o mel e achou tão saboroso   que esqueceu os perigos que o rodeavam e a necessidade de buscar a salvação. Não cuidou mais das quatro serpentes que lhe roçavam os pés, do dragão que o esperava de goela aberta, dos ratos que roíam os ramos. A doçura do mel o distraiu até que os ramos foram cortados e ele caiu na bocarra do dragão e foi engolido. Comparo a vida, neste mundo cheio de perigos e de sofrimentos, a este poço. As quatro

Livro emprestado

Sinceramente, não gosto de pedir coisas emprestadas, exceto livros que tenho uma ansiedade desmedida de lê-los, e um cuidado redobrado para devolver a quem me emprestou. Leio tudo que posso nos meus trajetos diários e deslocamentos. Painel de propaganda, jornal velho, revistas, não importa a data da publicação, as letras e frases ficam ali para quem quiser decifrá-las. Até ao dirigir, meus olhos   passeiam rapidamente pelos dois lados da estrada em busca de letras. Quando viajei pela Espanha, via rodovia, senti falta de “outdoors” para exercitar a minha mania. É que lá, por razões de segurança, não é permitido nenhum tipo de letras nas laterais das rodovias. O quê se vê, são apenas figuras de touros, animal símbolo daquele país, mas sem nenhuma legenda. Hoje acordei na madrugada para organizar idéias em projetos de teatro e cinema, entre outros e, olhando para a minha pequeníssima Biblioteca, lembrei de procurar o livro “Histórias para Executivos” que me foi emprestado pela Profa. Ms.

Nem tudo é fácil - Cecília Meireles

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre. É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. Se você errou, peça desculpas... É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender? Se você sente algo, diga... É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? Se alguém reclama de você, ouça... É difícil ouvir certas cois

Carnaval 2011 – Florianópolis

Atendendo ao gentil convite do grupo Infantil   boi-de-mamão do bairro   João Paulo e da Sociedade Folclórica boi-de-mamão do Itacorubi, fui para a avenida. Abrimos o carnaval da cidade de Florianópolis. Folclore e cidadania são temas que estou pesquisando para contar histórias no teatro, Os voluntários do Grupo Infantil   boi-de-mamão ensinam para as crianças música, teatro e   folclore Mostram que é possível construir cidadania através das   Artes:   música, teatro   e cultura popular. Breve postarei neste Blog matéria sobre o Grupo Infantil que visitei nos ensaios e reuniões. Um exemplo de cidadania. Algumas fotos do primeiro dia do carnaval de Florianópolis. Momentos de descontração na Concentração do Desfile Festa dos iguais também  na alegria e no sorriso  Diretores na Avenida, Fininho e Edílson Mãe e filha compartilham o mesmo olhar Tirei as crianças das fantasias para uma foto. Foi legal! Uma reflexão:  Dizem que é no carnaval que retiramos as nossas máscaras e que, na qua

Busque Amor novas artes, novo engenho

As artes, especialmente o teatro, são fontes de esperança, uma energia nova para quem pisa no palco e sabe dar valor ao espetáculo, depois de vencer os caminhos difíceis de quem faz teatro por amor. Na caixa de Pandora só ficou a esperança, o princípio de uma nova força. Minha homenagem a roteiristas, diretores, iluminadores, atores e atrizes que não desistem nunca e levam  alegria e cultura para o povo, n um soneto de Luís Vaz de Camões: Busque Amor novas artes, novo engenho Para matar-me, e novas esquivanças, Que não pode tirar-me as esperanças, Que mal me tirará o que eu não tenho. Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas seguranças! Que não temo contrastes nem mudanças, Andando em bravo mar, perdido o lenho. Mas, enquanto não pode haver desgosto Onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê, Que dias há que na alma me tem posto Um não sei quê, que nasce não sei onde, Vem não sei como e dói não sei porquê.